segunda-feira, 22 de novembro de 2010

muito se tem passado, e muito se tem pensado.
gostaria, mais que tudo, de dizer, simples e directamente que estou farto, ou, não quero mais. mas a verdade é outra. a verdade é que me tenho vindo à acostumar a esta vida, e muito sinceramente me questiono se isto não será normal.
é tão estranho como antes umas simples horas eram já tortuosas, e agora passam-se e eu não sinto nada. não sinto nada de negativo, nem triste.
crescer será isto mesmo?
por vezes, momentos nostálgicos invadem-me o pensamento e a alma, e deixam, por todo o lado saudade; oh saudade grande de tempo que já não pode mais voltar.
estou a entrar na época mais nostálgica, que vivo todos os anos, por volta desta altura de novembro até fim de dezembro, fico repleto de pensamentos desta ordem.
é nesta altura que me questiono, é nesta altura que eu pergunto porque certas coisas aconteceram assim. as saudades, que não são saudades más, ficam em mim durante este tempo, e fico com imensa saudade da minha infância, daquela inocência que eu não sabia que a tinha, mas agora sei. daqueles momentos passados em que nada de mau me passava pela cabeça, que nada iria correr mal, que o futuro ia ser sorridente e feliz.
até agora tem sido mais sorridente que o contrário, mas o presente que é este momento tão ínfimo entre o que foi e vai ser, é o menos temporal, não me pode dar certezas do amanhã, não me pode garantir felicidade assim que saia da porta de casa, ou mesmo dentro da mesma.
estas saudades que me invadem vão perdurar. e vão sofrer mutação, amanha será outra coisa que me deixará nostálgico, hoje é a infância, a pureza, a inocência. Oh que saudade desse tempo.