sexta-feira, 26 de março de 2010


A liberdade que todos tomamos como garantido, quer dizer, eu nem sei como é não tomar como garantido a liberdade, só conheci e conheço esta realidade, mas é algo que nos pode ser tirada. Se houve realmente ausência de liberdade nos tempos que se passaram, em Portugal, eu não vivi esse tempo. E apesar de não terem sidos livres durante aquele período de opressão, medo, as pessoas mantinham-se ligeiramente livres, pelo menos tinham a liberdade do pensamento. Por isso, apesar de não saber o que é ser condicionado, reprimido, dou valor ao que tenho e quem fez para que eu pudesse pensar assim, agora. A liberdade é melhor que o amor, a liberdade é a liberdade. É sentir que posso. É a anulação da Loucura, É a possibilidade de Ser. Penso que quem vive numa situação de ausência de liberdade, continua a ter pelo menos um pouco da mesma; as crianças não sabem distinguir ainda quase nada, seria logo nessa idade que aprenderíamos, antes mesmo de saber o que era a liberdade, que não a podíamos experimentar. Contudo continuaríamos a pensar, sentir, apenas não o diríamos. Não seria igual, haveria alguma repressão, feita mesmo por nós, mas não creio que exista a ausência, em toda a sua extensão, da liberdade. "A minha liberdade acaba onde a tua começa, a tua acaba onde a minha começa" Quem me dera.

quarta-feira, 17 de março de 2010

A Mãe! A Mãe é, foi, e será a base da família. Ainda hoje, tempo em que o papel do homem devia ser igual ao da mulher em todas as questões da lida da casa e da família, deparei-me que não é assim, e a culpa é mais das mulheres que dos homens, por que elas próprias não acreditam que tudo pode ser igual. Que quem dá banhos aos meninos? é a mãe, quem dá a ferro? é a mãe. Estúpidas, estúpidos, muito estúpidos. A igualdade devia ser algo que nem devia ser colocada em questão, mas é, tanto por nós, jovens adolescentes, como por adultos e inclusive crianças. Essas deviam ser "ensinadas" a não fazerem distinções entre sexos. Deviam ser ensinadas a fazer as tarefas de igual forma. Eu tenho orgulho de dizer que fui ensinado a não fazer dessas distinções, e se há coisas que me tiram do sério são comentários que contenham qualquer tipo de preconceito ou machismo ou de qualquer outro tipo. As mulheres não são a sombra do homem, as mulheres não servem para servir os homem, não servem para limpar, cozinhar e parir.
Se há coisa mais extraordinária que nós, homens, são as mulheres, que conseguem ser duas vezes aquilo que não somos. Quem nos dera a nós, pobres coitados que não somos nada termos sido feitos à semelhança da mulher.

domingo, 14 de março de 2010


É tão estranho pensar que tudo acontece por uma razão, ou que tudo o que fazemos está pré-destinado. Assusta-me. E por isso tento não pensar, mas nestas pausas de estudar geometria penso, e penso. Se tudo o que fazemos ou vamos fazer ou fizemos já foi decidido, não seriamos, então, nada mais do que simples personagens de um filme que já tinha, antes de ser começado a filmar, o início, o meio e o fim decidido. Ou não teria o meio, e então ai já daria azo a pequenos actos de autonomia, mas não seriam mais do que tapar o sol com a peneira, não iria mudar nada. Oh como gosto de pensar que sou dono do meu destino, posso estar a viver na ignorância, mas prefiro ser feliz por não saber, do que ser um infeliz por sabe-lo. Assim cada erro ou não-erro que cometo sinto que foi inteiramente da minha responsabilidade, e isso dá-me uma sensação de estar vivo, de existir, de Ser, que melhor que isso só mesmo ficar uma noite inteira a pintar, só por que sim.
Neste momento caminho para provavelmente o maior erro da minha existência, mas quero acreditar que não vai ser em vão e que vou ter muito lucro da escolha que estou prestes a fazer. Há que pensar, positivo de preferência.

Vou voltar para o estudo das secções e das sombras!

sexta-feira, 12 de março de 2010

"Aproveita enquanto dura", pensei eu, ao ver aquele acto de amor. Aproveita, que em breve ele vai crescer, e esta troca de afectos em público vão passar a ser constrangedoras para ele. Por que raio tem que ser assim? Ao ver, aquele pequeno rapaz, que não terá mais que seis anos trocar carinhos com a mãe, fez-me lembrar eu próprio com aquela idade. E ver a pureza do seu olhar que, felizmente, ainda não foi destruída e substituída por maldade, ou outro qualquer adjectivo negativo fez-me ver como as crianças são perfeitas. As crianças são os seres mais perfeitos que existem. Nascemos todos perfeitos, e vamos começando a perder essa perfeição quando somos vestidos pela primeira vez, quando aprendemos a primeira palavra. Aí começamos a ser condicionados, a ser moldados, a ser feitos à imagem de algo. Vamos perdendo a nossa essência com cada ano que completamos. Eu posso eventualmente ainda ter alguma, espero que sim, mas a grande parte já se perdeu, EU JÁ NÃO SOU PERFEITO, e lamentavelmente não creio que vá recuperar essa mesma perfeição dada à nascença. Oh como é triste pensar que nós, sociedade, destruímos o que há-de vir, e o que está, neste preciso momento. Nós somos a pior merda que "Deus" criou, e por nos acharmos tão superiores vamos destruindo tudo e todos pelo nosso próprio interesse. Ninguém faz nada por ninguém se não receber nada com isso. Somos uns tristes que nem tomamos conta que o somos, e por não o fazermos - vivemos iludidos- , somos ainda mais tristes.

domingo, 7 de março de 2010

Não sei onde tenho a cabeça. Ela anda por aqui, algures, perdida ou por encontrar ou mesmo escondida. Não quero saber. Está perdida ou por encontrar ou escondida, dentro dela própria, não creio que seja muito perigoso. Pouco me importa. Pouco me importa. Hoje estou num daqueles dias em que a desgraça alheia não me afecta, por que nem sequer penso nela. Hoje penso em que? No que estou a fazer, e quero fazer. Hoje sou só eu. Que engraçado, não me lembro da última vez que tive destes pensamentos egocêntricos. Apetece-me tanto estar deitado, de olhos fechados, sentir o ar fresco que entra pela janela toda aberta, e viajar, sair daqui, ai que bom que era. Viajar até um campo verdejante ( lugar-comum, eu sei). Sempre que me lembro de viajar para campos verdejantes lembro-me das aulas de Filosofia com o Prof. Ângelo Couto, e da aula, em particular, em que ele nos proporcionou um momento de viagem psicológica, e queria, exactamente, que nos imaginássemos no campo, num verde. Desde então, quando quero fugir daqui vou para esse campo verde, e fico lá, por tempo indeterminado, até me sentir verdadeiramente, pronto para este mundo estúpido cheio de pessoas ainda mais estúpidas.
Acho que vou até lá..

quinta-feira, 4 de março de 2010

Pensei que iria custar mais. Pensei que ao fim de alguns dias cederia, mas felizmente aguentei-me. Agora já não custa tanto. Tenho pena, tenho mesmo, que as coisas estejam assim. Relembro, ainda, os momentos em que estávamos sempre todos juntos e nos dávamos tão bem. Sempre que o faço ainda esboço um sorriso ou rio-me mesmo, sozinho, foram bons momentos, mas acabaram. Já sabia que, mais cedo ou mais tarde, isto aconteceria, já o tinha pressentido, por ver como as coisas estavam a mudar, mas no fundo esperava estar enganado. Não estava, a vida continua, e agora ficam as recordações, as lembranças, só e apenas. Por tempo indeterminado as coisas vão continuar assim. Pensei que iria custar mais, pensei mesmo.
E começou mais um fim de semana para mim, tenho tanto que desenhar que até doí (não doí, mesmo).

quarta-feira, 3 de março de 2010


Hoje foi um bom dia, daqueles dias de inverno, que já parecem de primavera - vê-se mesmo que estamos a chegar à primavera - em que não fazer nenhum é a melhor solução, melhor dizendo, fazer tudo menos o que traz preocupações. Sentir aquele ar fresco, que não é frio, e sentir a pele aquecer com os raios solares, dá-me uma sensação bastante agradável, e eu sou dos da chuva!, contudo este dia soube-me particularmente bem. Hoje foi um bom dia.
Amanhã há-de ser um outro dia, não igual a este, não. Será um dia novo, com novos acontecimentos, novos sentimentos, novos pensamentos. Mais um dia para pensar e ser pensado, simbolismos, mais simbolismos, estou rodeado deles, eu gostos deles, e eles devem gostar de mim, por que, nem por breves instantes me abandonam. Tudo é simbólico! Alguns dizem-no por conveniência, eu não, pelo menos não creio que o faça. Os simbolismos dão ou providenciam, à vida, algo que a torna única, inexplicável.
Agora, agora; agorinha mesmo, quero um chá, um cigarro e um bom livro.


A imagem mostra uma peça de minha autoria.

terça-feira, 2 de março de 2010

Um, dois três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez. Tenho saudade do tempo em que contava a minha idade com os dedos das mãos, e não conseguia completar as duas. Lembro-me, especificamente, de ter oito anos, e ver que os dez já estavam tão perto, eram só mais dois dedo, só mais dois.
Agora vou a caminho dos dezanove, vou completar a sua volta às mãos e já começo a não achar tanta graça à coisa. Não me estou a queixar da idade que tenho, e que deus me livre de voltar a ser criança, mas apenas o tempo agora parece mesmo andar mais rápido do que andava.
Já me dizia a minha mãe que chegando aos vinte o tempo não para, mas eu ainda vou para os dezanove e já acho isso. Nem quero ver como vai ser depois.
As recordações da infância que se encontram perdidas num fim de corredor que não tem fim, estão esfumadas, como uma pintura a óleo renascentista, ou como um esfumado de pastel seco. Não existe lugar melhor para guardar o quer que seja que a nossa memória. Ela é bem mais pura que os nossos olhos, que são corruptos, não propositadamente, mas são. As recordações, ai recordações que me corroem tantas vezes, mas que, por tantas outras vezes me deixam em belos momentos, sozinho, mas bem acompanhado.
Minhas belas reminiscências.

segunda-feira, 1 de março de 2010

hoje queria fazer o que não fiz, dizer o que não disse, andar por onde não andei, comer o que não comi, ver o que não vi, sentir o que não senti. há dias destes. dias em que nos contrariamos inconscientemente, mas propositadamente. dias em que dizemos: sou tão estúpido, estúpido, estúpido. queria tanto poder culpar alguém por isto, mas não posso, mesmo que pudesse não devia. acho que faço isto para me puder culpar a mim próprio. por vezes é bom sentir raiva de nós próprios, pelo menos eu acho. quero tanto o que há-de vir que esqueço onde estou, nesta dimensão ridícula que nos prende, sufoca, controla, manipula. levar um dia de cada vez, devia ser a minha máxima, mas não creio que isso vá acontecer um dia. vou viver um dia de cada vez, porque sou obrigado a isso, mas sempre a pensar no dia de amanhã. PEÇO DESCULPA