sábado, 29 de maio de 2010

Tem dias em que sou invadido por uma alegria inexplicável, que me deixa num estado tão irreal e tão perfeito, que a mais pequena insignificância deixa-me radiante.
Mas esses dias passam, como é óbvio, e são, maioritariamente substituídos por dias opostos, dias de tal tristeza, de tal drama, que o mais pequeno Ai é como se tivesse sido um facada, facada essa que me acerta bem no meio de onde não devia acertar. E eu questiono, questiono muito, por que motivo me acontecem estas coisas? Não sou um pobre coitado, que tem uma vida muito infeliz, e muito má, mas há certas coisas, que não me transcendem e me afectam, e eu pergunto, O que fiz eu para receber isto? Não fui eu que comecei, não fui eu que disse nada, e contudo fico num estado em que parece que tudo é culpa minha.
Já foi pior, mas já foi muito melhor, nestes últimos dias, talvez graças ao tempo, tenho estado mil vezes melhor do que estava na semana passada e na anterior, contudo o mar não é de rosas. Mas também não é de espinhos. Estou portanto consciente que muito do que me acontece não acontece por culpa minha, e em relação a isso não há nada que possa fazer, mas o que posso fazer é impedir que isso me afecte. Estou portanto fechado, tapado por paredes e paredes de cimento e tijolo. Não saio nem entram.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Continuo sem perceber, questiono-me e questiono-me, ficando sempre a saber o mesmo, a culpa é minha e quanto mais pensar pior me vou sentir, e pior a coisa vai parecer.
É tão mais complicado do que eu pensei que alguma vez seria, e eu tenho, por natureza, o hábito de exagerar e dramatizar e de ser pessimista, contudo, desta vez estou mesmo a ver-me no fundo do poço, dum poço não muito fundo, mas o suficiente para me deixar inconsciente na queda. O medo é tão grande que já está a atrapalhar o que ainda tenho para concluir agora, nestes próximos dias, e mesmo nos que passaram.
Continuo a questionar-me se será a melhor decisão a ser tomada, mas não vejo mais nenhuma solução. Não posso estar constantemente a tentar mudar de ideias, e como sei que se não o fizer ficarei arrependido, provavelmente, até ao fim dos meus dias, e como não sou obrigado a f
azê-lo para sempre, sei, quer dizer, acho que sei que é a melhor coisa a fazer neste momento.
Mas o medo de falhar, de ser um fracasso é tão intenso que me absorve grande parte do dia. Está cada vez mais perto a altura de tomar a decisão, e cada dia que passa maior é o medo e o receio. Maiores são as dúvidas que tenho das minhas capacidades, maior é o medo, Medo maldito, que me está a consumir, dia após dia. Estou seriamente a precisar de um refresh mental.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O que é pior? Sofrer por não ter, ou sofrer por ter perdido?
Constantemente questiono-me e, o medo de sofrer, manteve-me, até agora onde estou. Não sei o que é ter, e o que é sofrer por ter perdido, contudo conheço e reconheço o que é não ter. Não considero sofrer, e se alguma vez senti dessa forma, nestes dias que correm, posso dizer, e afirmar, que já não passa de um aperto, passageiro, que por vezes me ataca, como ansiedade, e que enquanto perdura consegue magoar, mas assim que passa, fico feliz por estar como estou, por tomar as decisões que tomo, ou tomei. Sentir como sinto, viver como vivo. A vida não é bela, e não vai ser, mas se me preocupar com pequenos pormenores, os mais ínfimos que sejam, a vida acaba por se tornar muito menos feia, diria até, que temporariamente bastante bela, o que me leva a reforçar a ideia que mais vale sofrer por não ter, no meu caso, só ocasionalmente isso acontece, que sofrer por ter tido, ou por ter perdido. Penso que o sentido de perda é sempre mais complexo do que o de não ter conhecido, porque como não sei o que é sentir, esses sentimentos em particular, não sei o que estou a perder, e como o ser humano, só depois de ter experimentado é que acredita realmente, em toda e qualquer teoria existente relacionada com o tema, seja qual ele for, consigo levar-me a crer que é mais complicado sofrer pela perda.
Todas as perdas, grandes ou pequenas, que vivi até hoje, foram sempre mais dolorosas que as situações em que soube que podia ter feito, ou ter experimentado, ou conhecido, ou vivido algo e não o fiz.
Ser-me-ia mais fácil se não perdesse tanto tempo com este tipo de questões, que acabam por ter resposta logo a seguir, por vezes mais do que uma, por vezes contrárias. Porém, eu não passo de alguém que ainda não é ninguém, e que portanto, tem, e terá sempre, o direito de questionar, sempre, qualquer que seja o tema, qualquer que seja a minha idade, o meu estatuto social, económico e outros que tais parecidos, ou não parecidos, é irrelevante, o que importa, é que questionar é uma dádiva, e eu quanto mais questiono, mais elucidado fico, e novas perguntas, novas questões, novas interrogações surgem, o que não significa um crescimento, em termos de personalidade, ou de maturidade, mas pelo menos significa um avanço, ritmo, movimento. Parar é morrer, e como dizem, a morte é o futuro, até lá posso tentar, tudo.